O Incidente

Na manhã desta quinta-feira (22), um cachorro da raça pitbull invadiu a Escola Municipal Liberdade, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e atacou seis alunos durante o horário de entrada. As crianças sofreram ferimentos leves nos pés e foram encaminhadas para a UPA João XXIII, onde receberam atendimento médico, incluindo vacinação antirrábica, e já tiveram alta.

Cenas de Pânico no Local

Um estudante registrou o momento em que o animal entrou na escola, mostrando o desespero dos alunos tentando fugir. Nas imagens, é possível ver dezenas de crianças correndo em direção ao ginásio, enquanto gritos de susto ecoam pelo local. Felizmente, o vídeo não captou os ataques em si, mas revela o clima de tensão que se instaurou.

Recolhimento e Exames do Animal

O pitbull foi capturado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais. Segundo o secretário Luiz Ramos Filho, o cão passará por exames para verificar se possui microchip de identificação, o que ajudaria a localizar seu tutor.

• Caso o tutor seja identificado, poderá responder por abandono de animal, crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), com pena de 2 a 5 anos de prisão.
• O animal também será vacinado e castrado antes de ser encaminhado para adoção ou abrigo.

Aumento de Casos com Pitbulls

Esse não é um incidente isolado. Nos últimos anos, houve um crescimento nos relatos de ataques envolvendo cães da raça pitbull, muitas vezes devido ao abandono ou criação inadequada. Algumas curiosidades sobre o tema:

• Pitbulls são proibidos em alguns países, como Reino Unido e Noruega, devido ao histórico de agressividade.
• No Brasil, a criação desses cães não é proibida, mas exige responsabilidade do tutor, incluindo uso de focinheira em locais públicos.
• Muitos ataques ocorrem porque os cães são treinados para guarda ou brigas ilegais, aumentando seu instinto agressivo.

O Que Diz a Polícia?

O 27° BPM (Santa Cruz) informou que não foi acionado no momento do ataque, mas tomou conhecimento do caso posteriormente. A 36ª DP (Santa Cruz) está investigando o ocorrido e busca identificar o dono do animal.

Reflexão: Posse Responsável de Animais – Um Debate Necessário

O recente ataque de um pitbull em uma escola de Santa Cruz reacendeu uma discussão importante: a posse responsável de animais, especialmente de raças consideradas potencialmente perigosas. Esse caso não deve ser visto apenas como um incidente isolado, mas como um alerta para a sociedade sobre os riscos do abandono, da criação inadequada e da falta de controle sobre animais de grande porte.

O Que É Posse Responsável?

Ter um animal de estimação vai muito além de oferecer comida e abrigo. A posse responsável envolve:

✅ Cuidados veterinários (vacinação, castração, vermifugação).
✅ Identificação por microchip (para evitar perdas e facilitar a localização do tutor em casos de ataques ou abandono).
✅ Socialização e treinamento (especialmente para raças fortes, como pitbulls, rottweilers e pastores alemães).
✅ Uso de equipamentos de segurança (coleira, guia e focinheira em locais públicos).
✅ Consciência sobre o comportamento do animal (evitar situações de estresse que possam desencadear agressividade).

O Problema do Abandono e da Superpopulação de Cães

Muitos ataques ocorrem porque cães de grande porte são abandonados ou criados de forma negligente. No Brasil, estima-se que existam mais de 30 milhões de animais abandonados, muitos deles de raças fortes, que acabam nas ruas por:

• Falta de conhecimento sobre o temperamento da raça.
• Criação para guarda ou rinhas ilegais, que estimulam a agressividade.
• Dificuldade financeira em manter o animal (alimentação, veterinário).

O abandono, além de cruel, é crime ambiental (Lei 9.605/98), com pena de 2 a 5 anos de prisão.

Pitbulls: Vítimas da Má Reputação ou Raça de Risco?

O pitbull é frequentemente associado a ataques, mas especialistas afirmam que o problema não está na raça, e sim na forma como são criados. Algumas curiosidades:

🔹 Originalmente, pitbulls eram cães de fazenda, usados para proteger rebanhos e caçar.
🔹 Não são naturalmente agressivos com humanos, mas podem ser territorialistas com outros animais.
🔹 Países como Reino Unido e Alemanha restringem ou proíbem a raça, enquanto outros exigem seguro e treinamento específico.

A questão é: se o tutor não tem condições de controlar um cão forte, ele não deveria tê-lo.

O Que Pode Ser Feito Para Evitar Novos Ataques?

1. Legislação Mais Rígida

• Obrigatoriedade de microchip para todas as raças de médio e grande porte.
• Fiscalização de criadores ilegais que vendem filhotes sem orientação sobre a raça.
• Multas e penalidades para tutores negligentes cujos animais causem danos.

2. Educação e Conscientização

• Campanhas em escolas sobre como agir ao encontrar um cão solto.
• Orientação para futuros tutores sobre os cuidados necessários com raças fortes.
• Incentivo à adoção responsável, com entrevistas e acompanhamento pós-adoção.

3. Ações Práticas

• Castração em massa para reduzir o abandono.
• Cursos de adestramento básico oferecidos por prefeituras.
• Canais de denúncia para maus-tratos e animais soltos em áreas públicas.

Conclusão: Um Problema que Exige Soluções Coletivas

Enquanto alguns defendem a proibição de certas raças, a solução mais eficaz é a conscientização e a regulamentação da posse responsável. Um cão agressivo, na maioria das vezes, é resultado de falta de cuidado, abandono ou criação inadequada.

E você, o que acha?

• Deve haver mais leis para controlar a posse de pitbulls?
• As escolas deveriam ter treinamento sobre como agir em casos de ataques?
• Qual a melhor forma de reduzir o abandono de animais?

Comente sua opinião! A discussão é fundamental para evitar que casos como esse se repitam. 🐾